quarta-feira, 27 de julho de 2011

Destruição - partes 5 e 6 de 6

Restava o pó, a massa primordial, a origem de tudo o que há de haver. E havia cada vez mais pó. Pois que havia cada vez menos a ser destruído, e as mãos trabalhavam. Faziam o que lhes cabia fazer, não que fossem mãos destruidoras, apenas mãos que destruíam.
Também criavam, pois que a destruição criava pó.
O fogo crescia o caos dominava, as cabeças pendiam a vida minguava. Talos colunas.
Assim faltava comburente. As mãos agiam mais e mais, e menos para agir restava. Mas a destruição crescia e se propagava.
Enfim o fim.

 ***

E assim chegou o fim. Pois que tudo aquilo que há, há um dia de deixar de haver. E todo o construído destruído será, antes ou depois das destruições.
Eram todas as cinzas de um incêndio qualquer em um dia qualquer, sossegados ou não.
Pois que chegou o fim, o momento em que não houve mais a ser destruído, então tudo era pó, tudo era caos, nada mais vivia, agora todos os lados eram sem vida, todas as cabeças pendiam.
E lá estavam talo e coluna.
E lá estavam pó.

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