terça-feira, 28 de maio de 2013

Lady Universe

Would you hold my hands
if I called you by your name?
Would our minds, in a stage or another,
be just like the same?

I'd call you Lady Universe
and walk side by side
I'd come you back to senses
if my time of helpin' will be
There's a whole world to find
a whole time to bind
some couple of hours to be
a lot of our lives for me

And then there's me
and then there's you
Would you hold my hands?
just give me thy hands
and I will give you thy name
For Lady shall be Universe

Not just the same
just about no name
Why not holdin' hands
when time is coming to end

I like your mind
I like your time
I like the way
You just say 'hi'
I like it we can call Universe
I like it Lady

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Faz muito frio nesse coração
Minhas tripas se reviram
Se cansaram desse corpo
Não há de ser nada
Só há de ser
Não tem diferença
Entre querer e haver
Não é muito o que pode
Apenas poder de decidir
Mas é demais o querer
E está tudo tão longe
Se deteriorando
Decompondo
Morrendo
Nesse exato momento
Minha amiga me chama
Estou quase aceitando

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Noite

Em todos os períodos da humanidade, quando essa se viu tentada a explicar os fenômenos naturais fazendo uso das mais variadas crenças e religiões, de alguma forma ou de outra, em um momento ou em outro, a noite precisou ser separada do dia. Pois que no início.. No início tudo eram trevas.

Duas entidades tão distintas, porém de formas tão coincidentes, assim são Selene e Hélios, os padroeiros e representantes das duas principais divisões temporais dos dias. Claro que poderíamos também falar em crepúsculo e aurora, os eternos meio-termos, momentos duvidosos, porém de beleza incomparável. No entanto, ou se é dia ou se é noite, algumas pessoas são dia e algumas pessoas são noite.

A noite existe como válvula de escape, resultado da rotação, uma das maiores maldições que existem. Válvula de escape para resfriar um mundo que, do contrário, seria ainda mais frio e desaconchegante. Por mais que aquelas explicações deem conta de forma abstrata, está empiricamente comprovado que a noite vem tanto antes quanto depois do dia, sucessivamente, há quanto tempo se possa parar para imaginar.

E é durante a noite que toda essa vaga liberdade que tanto buscamos toma conta das ruas. Quando o sol se esconde, de puro medo, e Selene vem para reinar sobre esse reino compartilhado, é então que todos os sonhos mais ímpios e sujos se tornam realidade. Nas ruas, nas mesmas ruas onde nossa geração se localiza. À noite, a mesma noite que faz ela se sentir tão bem.

A conjunção desses dois fatores sórdidos cria o ambiente perfeito para a propagação das criaturas dessa geração. Como um ser unicelular que só existirá se todos os fatores necessários se fizerem presentes, pois que viver pela metade é o mesmo que não viver.

Então, a situação se desenvolve; o contexto está inserido, o cenário está preparado, e os atores estão plantados. Essa geração determina as matizes de seu próprio zeitgeist, construindo e vivenciando sua própria construção social. Todos os caminhos levam à rua, e todos os caminhos estão escuros, pois é noite.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Rua

Camadas e mais camadas de coisas mortas, meros recondicionamentos do próprio tempo. Extração, filtragem, preparação, alinhamento, e produção, tudo aquilo que respirou há de um dia fazer respirar. Uma massa negra de composto químico-orgânico. Lasanha de petróleo.

Os dias acumulam-se um diante do outro, esperando que chegue a sua vez de estragar com tudo. As noites revezam-se na tentativa de amenizar o caos e o terror dessas vidas. Mas o caos e o terror são benéficos, agem em prol do tempo, agem de acordo com as vidas, com a noite. A noite é possuída pelo caos, ele é visto em cada esquina, em cada amontoado de petróleo. Nessas massas negras de asfalto.

A rua não é necessariamente apenas a rua. O asfalto. A massa negra. Tudo o que não é casa, é rua, quando envoltas pela negritude da noite, e apoiadas pela negritude dos asfaltos. Em todos esses lugares frequentados pela nossa geração, os becos, as travessas, as esquinas com placas deterioradas pela própria noite. A noite não gosta de nomes que as definam. E as ruas não precisam ter nomes sendo que elas têm vida.

Todas as ruas são uma só, são a morada dos melhores cachorros, dos melhores animais, e dos mais terríveis sonhos. É nelas que encontramos o mesmo que perdemos, e perdemos tanto quanto encontramos. Nas ruas, temos a oportunidade de ter o mundo aos nossos pés, e de sermos arrastados pelo asfalto, ficando aos pés do mundo.

É nas ruas que a nossa geração se localiza, se identifica e se pluraliza, essa geração que vem sendo moldada nas últimas décadas, que vem perfazendo uma trilha única e multifacetada ao mesmo tempo, ao longo do tempo. Afinal, todos os caminhos levam à rua.

Esse é a primeira parte (um prefácio talvez) de um tratado que pretende compreender o zeitgeist do nosso tempo, o desenrolar dessa geração que prefere as ruas.