domingo, 25 de dezembro de 2011

Agora

Eu bebo rápido demais. Minha latinha em geral fica vazia antes das outras, aprendi a virar o copo, e a garrafa também. Prefiro vinho a qualquer outra coisa, barato de preferência, sobe mais rápido também.

Vivo mudando, fazendo diferente, fazendo mais errado, cada vez mais errado. As minhas já comprovadas habilidades de não precisar dormir e não precisar comer fazem parte disso, pois acho perda de tempo ocupar um terço da sua vida babando e roncando e cagando. Viver é mais produtivo.

Talvez eu esteja nessa foto, só não sei aonde.
Não sonho mais, não dá tempo, quando sonho é conturbação, não que a vida seja calma, mas a realidade ao menos é esperada. Há tempos não tenho aquela satisfação de comer uma comida fantástica, todos os gostos são iguais.

Ocupo meu tempo produzindo, sem parar, estou sempre pensando no que fazer com determinado projeto. O problema é que eu penso demais.

Me falaram que sou legal demais, me falaram que sou amigo demais, me falaram que desisto fácil demais, me falaram que tenho opiniões demais. Mas ninguém falou que não é errado ser demais; o errado é ser de menos, é ser pouco, é estar longe, é ser fraco. Não que eu seja forte, a força é uma virtude dos desavisados. A fraqueza é uma virtude também, se bem utilizada.

Agora sei que esse imediatismo faz parte do meu viver, quero tudo pra agora, não sou de deixar pra depois, e se não for então me acostumo mesmo, me conformo, desisto. Acho que isso talvez seja ser forte de uma forma diferente.

Afinal, esperar é perda de tempo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ensaio sobre o Fim de Ano - parte 3

Por fim, o que esperar das promessas e lembranças. Nessas épocas revisitamos o que fizemos durante o ano que termina, e nos programamos sobre o que fazer no ano que vai começar. E o que esperar do futuro, se não o que podemos fazer com ele? O futuro de nós depende.

Quanto ao passado, é comum pesar o yin yang do ano vivido. Muitos se perguntam se foi bom ou ruim, outros fazem lista de prós e contras. E o que pesa realmente nesse balanço, nessa lista? Como é possível definir com precisão se os últimos 365 dias foram ruins de fato?

A maior parte das pessoas baseia sua concepção de bom ou ruim deixando de lado fatores cruciais. O que cada um ganhou ou perdeu nesse ano, como foi o lado profissional, familiar, estudantil, nas amizades. Esses quesitos em geral pouco importam, pois o que se leva em consideração como fator essencial, algumas vezes único, é o sentimental.

Os relacionamentos amorosos determinam a qualidade relativa não só do ano, mas das vidas das pessoas, acima de tantos outros fatores tão ou mais importantes. Por vezes uma promoção, ou aumento de salário, no trabalho é completamente esquecida, em detrimento de um relacionamento que não deu certo. Então por isso o ano foi negativo.

Menos importância deveria ser dada a esse setor da vida, e mais preocupação também com os outros pontos importantes, pra que se faça com que cada ano seja positivo (ou negativo) não só por um motivo, mas por todos.

Enfim, dias como todos os outros virão, nada de diferente, as mudanças dependem de cada um. 2012 chega, e de 2011 já chega.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ensaio sobre o Fim de Ano - Parte 2

Dia primeiro de janeiro é feriado de Confraternização Universal, assim eu imagino 7 bilhões de pessoas bêbadas numa festa destruindo tudo e sujando tudo...

Tudo pode ser motivo pra comemorar. Festeja-se pelas mais inesperadas razões, o importante mesmo é bater um copo no outro e simplesmente beber. Nessas épocas de fim de ano então esses festejos se potencializam.

As principais datas comemorativas são o Natal e o Ano-Novo, uma pelo nascimento cristão de Jesus, outra pela virada de ano (já explorada na primeira parte do ensaio). No caso do Natal, diversas controvérsias acompanham os festejos, como o fato de que Cristo não nasceu nessa data, e as origens do 25 de dezembro passam por festas pagãs da Roma Antiga, entre outros. Hoje em dia critica-se a data por ser uma mera indução ao consumo exacerbado capitalista.

O Natal é uma data convencionada, e sendo capitalista ou não, impulsiona o mercado nessa época de fim de ano e de décimo terceiro salário. A data incentiva a troca de presentes, que motiva a brincadeira do Amigo Secreto, que acaba levando a mais confraternizações. E como tudo é motivo pra festejar, a simples troca de presentes é acompanhada de um churrasco e uma cerveja, ou melhor, várias.

Assim nossas agendas ficam lotadas, é a confraternização da turma da faculdade, da empresa, dos antigos colegas, ou simplesmente a dos brothers, entre outras. E essas festas são por vezes surpreendentes, casos surgem e desaparecem, conhecemos pessoas novas, é possível ver o chefe sério bebendo um pouco mais que devia, ou aquele colega passando dos diversos limites possíveis. Pode ainda você mesmo fazer tudo isso, e mais um pouco, e acordar no outro dia se preparando já pra próxima festa. Pois afinal, nem é de fato necessário ter um motivo pra comemorar.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ensaio sobre o Fim de Ano - Parte 1

Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle all the way...

Um dos grandes símbolos dessas épocas festivas, os "Holidays", como são chamados por aí. Época de assistir filmes temáticos na Sessão da Tarde, com crianças enfrentando bandidos perigosos; e velhos barbudos vestidos de vermelho salvando o dia e sendo exemplo de bondade e compaixão.

Época de comidas típicas, do peru à lentilha. Tempos de vestir-se de branco, relembrar, agradecer ou lamentar, torcer e esperar; e outros infinitos verbos no infinitivo. Momento de férias (não para todos), de descansar e se preparar para uma nova jornada. Épocas de viradas.

Mas... que viradas? A contagem de tempo hexadecimal, que usa o padrão dos 60, é a forma humana de determinar pequenos espaços de tempo. O número 60 foi o escolhido por ser considerado um dos mais adaptáveis, sendo ele o MMC de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12 e 15.

O calendário gregoriano é uma das formas ocidentais de marcar a passagem do tempo em médias escalas, teve início com o nascimento de Cristo (erroneamente contabilizado, já que ele teria nascido no ano 4 a.C., antes do próprio nascimento). Tem como base o sistema lunar, porém erros de implantação e até interesses políticos, fizeram ao longo da história com que ele não seja considerado tão eficiente.

Qualquer que seja a medida utilizada para determinar a passagem do nosso querido, convencionado e relativo tempo; o fato é que cada mísero instante pode ser considerado uma virada. Mais ainda serão viradas as horas, dias, semanas, fases da lua, meses, semestres, e por fim o ano. "Por fim" em termos de média escala, pois poderíamos considerar como viradas mais intensas ainda os quinquênios, décadas, séculos e milênios. As celebrações de Réveillon anual têm origens distintas, ocidentalmente falando a culpa e do Imperador Julio César. 

Em geral nada muda drasticamente de 31 de dezembro a 01 de janeiro, fora as piadas de "só vou tomar banho ano que vem". No entanto, qual o motivo de tanta expectativa em torno dessa data tão específica? O objetivo claramente (entre outros) é libertar-se do que está ficando no passado, e iniciar uma nova jornada no ano que começa. O primeiro de janeiro nada mais é que convenção, assim a "virada" individual poderia acontecer em qualquer outro dia. Mas não o é.

Isso acontece porque as pessoas precisam de algo objetivo e claro que as disciplinem a variar, como uma data específica, pois se dependesse unicamente de cada indivíduo, a maioria deles seguiria com suas vidas pacatas sem esforço inovativo algum. "Esse é o dia da virada, em que tudo muda, e eu começo uma nova vida", apesar de nada mudar, e as vidas serem as mesmas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Junkie Interessante

Ela tinha um estilo meio junkie
Era estranha e toda toda interessante
Usava algumas gírias animais
Que o meu velho já nem ele usa mais

Eram tempos de amores tão estranhos
Eu vivia todo aquele retrocesso
E amá-la parecia tão errado
Tudo nela era poli muito e pluri

Os seus lábios me diziam pára pára
O seu corpo me dizia eu quero mais
Os seus lábios se afastavam da minha cara
O seu corpo aproximava um pouco mais

E amá-la parecia o menos certo
Ela queria que amar fosse errado
Tudo nela era menos que podia
Seu esforço era em prol de ser zuado


Os seus lábios me diziam pára pára
O seu corpo me dizia eu quero mais
Os seus lábios se afastavam da minha cara
O seu corpo aproximava um pouco mais

Ela fugia mas no fim sempre voltava
Eram tempos de amores tão estranhos
Aquela junkie interessante e toda errada
Deixava o mundo todo errado interessante

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Queens of the Stone Age Temple Pilots

30 Seconds to Bruno Mars
A Banda Mais Bonita da Cidade Negra
AeroSmiths
Apanhador Só pra Contrariar
Asa de Eagles
Atari Teenage Fanclub
Audio Slayer
B. B. King Diamond
Banda EvaNescence
Bruno e Ramones
Cansei de Ser Sex Pistols
Chico Science e Nação Zumbis do Espaço
Dream Theater Mágico
Dropkick Murphy's Law
Great White Stripes
Green Day to Remember
Guns 'n Stone Roses
Little Joy Division
Maria Rita Lee
New Order on the Block
No Turning Back Street Boys
Pato Fu Fighters
Projota Quest
Rage Against the Machine Head
Rebbeca Black Rebel Motorcycle Club
Rebbeca Black Sabbath
Red Hot Chilli Peppers Lonely Hearts Club Band
Seu Jorge Ben Jor
The Beach Boyz 2 Men
The Flower Kings of Leon
The Johnny Clash
The Mamas and the Papa Roach
The Whobastank
Vitor e Léo Jaime
Zezé di Camargo e Luciano Pavarotti


com Cristiano, Ênio, Marlon e Michele.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vivemos tempos hipermodernos


O conceito introduzido no final do século XX pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky, sinaliza uma época hiperbólica, onde tudo tende ao exagero, à inflação do autoproclamado ego da própria sociedade como um todo.

A hipermodernidade surge como substituto à modernidade, seria uma nova revolução moderna, onde os valores individuais sobrepujam os valores coletivos. “O fim das ideologias, o surgimento de uma nova cultura hedonista, o destino da comunicação e do consumo de massa, o psicologismo, o culto do corpo. Todas essas realidades mostravam que havia um novo capitalismo e também um novo tempo da vida democrática”. Assim conceitualiza o próprio Lipovetsky.

Lipovetsky, juntamente com outros filósofos, cunhou e propagou o termo pós-moderno, que seria essa época de cultura individualista em que vivemos. No entanto, o francês acredita que o termo foi empregado erroneamente, por isso passou a usar a hipermodernidade. Para ele o pós-modernismo nunca chegou a existir, pois vivia-se outra modernidade, diferente da anterior.

Na revolução da modernidade iniciada lá no século XVIII, tudo era baseado no futuro, programado para o que estava por vir. A grande diferença que a hipermodernidade instituiu no século XX foi a visão mais imediatista, estando tudo focado no presente.

           A nova modernidade não tem mais limites, tudo é exagerado, superlativo, “a modernidade passou para uma velocidade superior em que tudo hoje parece ser levado ao excesso”, assim sendo tudo é hiper.