Aproveita-se o céu como possível, não que sejam asas aqueles que chamam flaps, as asas nem mesmo batem, e designa-se em inglês um nome que nem sequer caracteriza o etéreo sonho de voar, wings não seria mais nem menos apropriado, visto que é mecânico, não se necessitam penas, mas sim parafusos.
Mania essa de imitar a natureza, aclamada simetria e perfeição, nada mais natural que não ser natural, até os cheiros e gostos são sintéticos, não que a batida de amendoim não seja feita com amendoim, mas que atrativos carregaria ela sem os corantes e aromatizantes artificiais com nomes de compostos químicos.
Em meio à selva amazônica produzimos água artificial, com o intuito de encher ainda mais a cheia dos rios, e artificial aqui é o depósito, não o depositado, mas tudo o que é artificial é feito de coisas naturais, até mesmo pessoa, barragem, usina e energia.
Como surge um provérbio, interrogação, talvez uma coisa só visto a vida que todas as coisas, naturais ou não, carregam, e voam com o vento, sem bater asas, a própria vida assim o faz, talvez um neologismo recorrente, ou uma frase qualquer pronunciada a esmo e propagada a mesmo, quase sem querer, relógio atrasado não adianta, e gatos são autolimpantes, tais quais os fogões modernos, lamberiam eles seus pêlos internos, imitações da natureza, interrogação.
Tendéu.
O Lopes diria ou faria qualquer coisa sobre qualquer assunto ou situação, e quem será Lopes se não a figura mais mitológica do tempo mais moderno, fumando pó de serra, visto que o fogo pega mais rápido, açudealagamentoigarapé, ou o nome que se dê, pois o nome é só o signo a designar o físico, ou o abstrato mesmo, Lopes poderia se chamar Flaps, e os flaps serem conhecidos como lopes, um bom português.
Rodamos tampas como há vinte anos fazíamos nas madrugadas, visitamos os pampas, que aqui não se chamam pampas, desígnio geográfico, geológico, ou regionalista, terras matogrossenses, com quantos 'esses' lhe for possível pronunciar, Teles Pires, e um pôr-do-sol com quanta chuva as nuvens podem carregar.
Andorinha toma banho nas nuvens, seriam essas as mesmas nuvens do sul, apenas compostos hidrostáticos, todas as nuvens são a mesma e uma só, essa maldita mania de conturbação, e um dilema prosaico ainda permanente, águas tranquilas ou turbulentas, com quantos relâmpagos lhe forem necessários, sempre preferi raios aos não-raios, e mares e marés aos rios e cheias, afamados dez anos a mil.
Tendéu.
Uma folha desce, sobe, com a corrente, desce rio abaixo, sobe norte acima, rumo ao que um dia será amazonas, semi-oceano, a folha desgarrada de seu galho ainda carrega a vida de que todas as coisas naturais são providas, o que é uma folha na correnteza se não um objeto a esmo e a mesmo sem vontade, mesmo que sua vontade primêva tenha sido se lançar ao rio.
Assim, na correnteza dos anos, aquele nomeado e conhecido por Piazon me conta sobre como conheceu Curityba, mas qual Coritiba teria ele visitado, me ensina a andar por Core-Etuba e chegar à casa de sua prole, e quem vai aproveitando o céu volta sobre rodas, visto que quase explodiu sua cabeça, a ele reservemos a pinguinha do não-aeroporto, pois que as coisas com mais frequência são não do que sim.
As cidades eram pequenas, e os mundos imensos, hoje os mundos são pequenos, imensas são as cidades, os tempos devem ser vividos por aqueles que vivem seus tempos, antes agora e depois, viver os tempos alheios não salva ninguém, mesmo ficando eu volto, um saudosista realizado, aproveitar o céu uma vez mais, viver pra sempre mesmo morrendo, presente embora ausente, pois que a presença ou a vivência só podem ser físicas e abstratas, tais quais seus nomes.
Tendéu.
Você não tem medo de morrer, interrogação, não, eu tenho medo de não viver, exclamação, sessenta e três anos a seis mil e trezentos, e Pedro e Euthália vivem, assim, batendo asas, naturalmente, neologisticamente, mitologicamente, na correnteza, sim e não, tendéu, enfim e pra sempre, ou mais, muito mais.