quarta-feira, 27 de julho de 2011

Destruição - partes 5 e 6 de 6

Restava o pó, a massa primordial, a origem de tudo o que há de haver. E havia cada vez mais pó. Pois que havia cada vez menos a ser destruído, e as mãos trabalhavam. Faziam o que lhes cabia fazer, não que fossem mãos destruidoras, apenas mãos que destruíam.
Também criavam, pois que a destruição criava pó.
O fogo crescia o caos dominava, as cabeças pendiam a vida minguava. Talos colunas.
Assim faltava comburente. As mãos agiam mais e mais, e menos para agir restava. Mas a destruição crescia e se propagava.
Enfim o fim.

 ***

E assim chegou o fim. Pois que tudo aquilo que há, há um dia de deixar de haver. E todo o construído destruído será, antes ou depois das destruições.
Eram todas as cinzas de um incêndio qualquer em um dia qualquer, sossegados ou não.
Pois que chegou o fim, o momento em que não houve mais a ser destruído, então tudo era pó, tudo era caos, nada mais vivia, agora todos os lados eram sem vida, todas as cabeças pendiam.
E lá estavam talo e coluna.
E lá estavam pó.

sábado, 23 de julho de 2011

Destruição - parte 4 de 6

Pois que há de ser destruído tudo aquilo que surge. Tarde ou cedo. E então no chão talo e coluna, iniciou-se. O princípio do término. O começo do fim. O once upon a time do the end. O prólogo do epílogo.
A mão começou a destruir os arredores. Era o bater de asas da borboleta. A brisa do furacão.
Assim a destruição se propagava, e crescia, em forma e volume. Eram destruições.
Cada vez mais ao chão, talos colunas. Cabeças de lado, dos dois lados, pois que as coisas perdiam vida. A destruição conhecia mais morto do que vivo, e cada vez mais morto.
E como um incêndio, que quanto mais fogo tem mais fogo cria, a destruição mais destruição trazia. Cada vez mais morto cada vez mais destruído cada vez mais rápido cada vez menos vírgula.
Alastrava-se.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Destruição - parte 3 de 6

O caos destrói. Pois que o caos surgiu junto com a primeira coisa que surgiu, e ele não é consequência dela, seja como for.
A primeira coisa naquele dia, sossegado ou não sossegado, foi o pequeno talo da frágil flor, simultaneamente à gigantesca coluna do Parthenon. Alegorias propagadoras do caos.
Destruição e caos já vinham de muito antes, mas naquele dia começaram o que há de ser a destruição suprema.
Não que suprema seja sagrada, ou propagada por coisas sagradas, apenas é superior, pois que é maior que toda destruição anterior, e maior que toda que possa vir. Ou deverá ser. Nesse caso.
O caos é supremo.

domingo, 17 de julho de 2011

Destruição - parte 2 de 6

A cabeça pendia para o lado sem vida, mas a cabeça ainda vivia. Apenas o lado era morto, costuma-se dividir em dois lados, bem e mal entre outros, a destruição conhece vivo e morto, não há qualquer mérito de índole. Dois lados, a cabeça pendia para um deles, o desprovido de vida, mas ela vivia.
E tanto foi que foi assim que começou, o que há de ser a destruição suprema. Quebrados o talo e a coluna pela mesma mão que destruía.
A mão carregava os objetos causadores do caos, pois que caos e destruição são juntos, parceiros de um só propósito. E era uma mão comum, aliás, era um par de mãos, pronto, mas nem tudo assim será plural, pois que não há destruições.
Começou pequeno e belo e simples. Em um dia sossegado, se é que sossegado há de ser adjetivo para um dia qualquer, desses que passam sem deixar rastros, e quando dorme já nem impregna a memória de sonhos.
Mas aquele dia era, e ser há de ser suficiente, sem adjetivações, pois que o dia existiu, e basta.
E sendo aconteceu, aconteceu que as mãos começaram as destruições naquele dia. Ou a destruição naqueles dias. Foi o acontecimento da existência daquele dia.
Porém, a destruição surge com o surgimento, pois que a primeira coisa que surgiu foi instantaneamente destruída para ser substituída pela segunda coisa que surgiu. A destruição é consequência da própria criação.
E a mão que destruía também criava.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Destruição - parte 1 de 6

Quebrou o pequeno talo da frágil flor, arrancou uma pétala, enfiou na boca, mastigou, e engoliu.
Quebrou a gigantesca coluna do Parthenon, arrancou um bloco, triturou, jogou ao chão.
E voltava tudo ao mesmo pó. À mesma massa da qual um dia saiu. E todas as coisas eram iguais, eram feitas dos mesmos materiais. Portanto, tudo tinha a mesma origem e o mesmo destino, ao menos costumava ser assim...
 - Hei, o que você está fazendo?
 - Estou destruindo!
A simplicidade está na beleza, e a beleza está na simplicidade, formando um círculo vicioso bonito e singelo. O pequeno talo e a gigantesca coluna são a mesma coisa, são iguais. Sustentação; e isso é tudo o que importa, a arte de suportar o insuportável, há que se fazer mais forte, cada vez mais forte.
Acontece que aquela mão destruía.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Alucinações Verborrágicas

Eu escrevo. Escrevo muitas coisas: poesias, contos, ensaios, reportagens, etc. E costumo chamar as coisas que escrevo de alucinações verborrágicas, por isso o nome do blog. Não tenho ilusões de escrever bem, de ser um escritor, ou qualquer coisa parecida. Sei que o que eu escrevo é ruim, e não tenho mesmo pretensão que seja bom, gosto desse estilo.

Não sou muito versado em literatura, mas creio pelo menos que eu tenho um estilo próprio na que eu faço, um estilo ruim, mas que faz questão de ser ruim. Minimalismo, adoro minimalismo, odeio ter que explicar as coisas, e não gosto de dar nomes, tempo ou espaço pras histórias. Também acredito que detalhes demais atrapalham uma boa história.

Acontece que vez por outra alguém me pergunta "por que você não escreve um livro?". Acho que o primeiro motivo é que não tenho paciência, odeio projetos incabados, e não acho que eu escreveria um livro em menos de 5 anos. E depois dos primeiros 4 ou 5 meses eu ia querer terminar logo e me livrar da aflição de uma vez, o que prejudicaria muito a qualidade do projeto.

Segundo motivo é que me pergunto por que diabos de motivos deveria eu escrever um livro? Já não basta todo o lixo pretensamente literário que entope nossas bibliotecas? 90% do que se escreve no mundo não serve pra absolutamente porcaria nenhuma. É apenas uma forma de reafirmar nossa suposta superioridade intelectual em relação aos outros animais através da escrita. É tudo lixo! A maioria dos empreendimentos editoriais tem como objetivo apenas inflar o ego do autor, aquela máxima demagoga que todo homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.

É claro que quero deixar algo pra posteridade, querendo ou não um livro é uma forma de continuar vivo depois de morto, e sobreviver aos séculos. Me preocupo muito com isso de passar por essa vida e não deixar obra nenhuma, nada de que as pessoas poderão falar "ele fez isso". Porém, não quero que seja qualquer coisa, precisa ter qualidade, precisa ser obra-prima. Não um artigo editorial egocêntrico inútil.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

San Quentin

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, you've been livin' hell to me
You've hosted me since dois mil e dez
I've seen 'em come and go and I've seen them pegar DP
And long ago I stopped askin' why

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, I hate every bloco of you.
You've cut me and have scarred me thru an' thru.
And I'll walk out a wiser weaker man;
Mister Pró-Reitor you can't understand.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, what good do you think you do?
Do you think I'll be jornalista when you're through?
You bent my heart and mind and you may my soul,
And your stone walls turn my blood a little cold.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, may you rot and burn in hell.
May your walls fall and may I live to tell.
May all the world forget you ever stood.
And may all the mec regret you did no good.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, you've been livin' hell to me.