O presente não está na forma, mas na intenção, assim como a presença. É uma coisa até meio semiótica, não ouvimos o significante, mas sim o significado. O significante é mera ferramenta. O objeto que se dá de presente é significante, mera ferramenta, o que importa está na intenção, no significado, no valor que não é possível atribuir monetariamente. Assim também o é com a presença, não importa o que faremos, desde que façamos juntos.
Fomos instruídos a pensar em forma e conteúdo, a saber como e do que se fala. Como e do que qualquer coisa. Para o futuro, talvez nada disso tenha importância. Estamos caminhando para o mundo da ausência de forma específica, tudo é capaz de ser todas as coisas. Ainda bem, quem sabe assim algum dia possamos finalmente ser o que quisermos. Artifícios metamórficos pós-modernos. No futuro, talvez haja mais o que fazer, talvez ninguém nunca mais faça nada.
Comigo não é oito nem oitenta, comigo é a soma dos dois, o tudo e o nada, eu não acredito em neutralidade, em mediocridade, eu sou oitenta e oito! Gosto de tudo que é intenso, vívido, que brilha. Quero explodir de tanto viver, de tanto amar. Quero que não reste molécula em meu corpo para contar a história do que aconteceu. Quero a intenção, o conteúdo e o significado.
Todo mundo é um mundo. Cada um com suas próprias relações de intensidade com o mundo. Neutralidade para mim tem um conceito diferente do para os outros. E tudo bem! Não há muito o que se debater, só ouvir. Quero ouvir todas as histórias, quero ler todas as histórias. Me contem as suas histórias! Deveríamos dividir mais mesas. Perguntar o que os outros têm a dizer.
Por fim, não precisamos entender nada do que está acontecendo, desde que sintamos. O que importa é o conteúdo, a forma é irrelevante, isso vale para toda e qualquer semiótica do mundo. Eu adoro não entender nada do que está acontecendo. Me dá uma liberdade incrível para apenas sentir.