Every fire is desire
Every light is delight
Every heart is wild in nature
Todo coração é em natureza selvagem. Nasce-se livre, os grilhões vêm depois. Todo fogo é desejo. Toda luz é prazer. Essencialmente selvagem é a natureza do fogo, da luz, do desejo e do prazer.
Todas as dissonâncias são recônditos errôneos da natureza. Reafirmações passageiras. É o barulho das almas em vibração. O som é o balouçar ritmado do ar produzindo ondas simétricas, um mar perfeito. Todo som é selvagem por si só. Todo som é frenético.
É o fogo de duas pequenas rochas em contato. Fricção, agitação, faíscas. Todo fogo é fricção. Combustão e comburente. Desejo ardente. Duas almas em vibração. Fricção em contato. Todo fogo é também em natureza selvagem. Subversivo e perversor. Controlador incontrolável.
Todo rio é sim mar. Águas são profusão. Aguaceiro, catarata, queda d’água e corredeira. Açude, alagamento, igarapé. Toda água é em natureza selvagem. É luz e é prazer. No brilho prismático de cristalina superfície reflexiva. As chuvas são deturpações, inconstâncias. Água também é quente, é agitação.
O coração é por si só natureza. Do desejo e do prazer às almas em profusão. Um mundo em corredeira, na mais frenética fricção. Todo fogo da Terra é desejo. Toda luz que aqui jaz é prazer. Todo coração que aqui nasce, cresce, desenvolve-se e morre, é selvagem em natureza e pela natureza assim feito selvagem será.