sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Todo Coração é em Natureza Selvagem

Every fire is desire
Every light is delight
Every heart is wild in nature

Todo coração é em natureza selvagem. Nasce-se livre, os grilhões vêm depois. Todo fogo é desejo. Toda luz é prazer. Essencialmente selvagem é a natureza do fogo, da luz, do desejo e do prazer.

Todas as dissonâncias são recônditos errôneos da natureza. Reafirmações passageiras. É o barulho das almas em vibração. O som é o balouçar ritmado do ar produzindo ondas simétricas, um mar perfeito. Todo som é selvagem por si só. Todo som é frenético.

É o fogo de duas pequenas rochas em contato. Fricção, agitação, faíscas. Todo fogo é fricção. Combustão e comburente. Desejo ardente. Duas almas em vibração. Fricção em contato. Todo fogo é também em natureza selvagem. Subversivo e perversor. Controlador incontrolável.

Todo rio é sim mar. Águas são profusão. Aguaceiro, catarata, queda d’água e corredeira. Açude, alagamento, igarapé. Toda água é em natureza selvagem. É luz e é prazer. No brilho prismático de cristalina superfície reflexiva. As chuvas são deturpações, inconstâncias. Água também é quente, é agitação.

O coração é por si só natureza. Do desejo e do prazer às almas em profusão. Um mundo em corredeira, na mais frenética fricção. Todo fogo da Terra é desejo. Toda luz que aqui jaz é prazer. Todo coração que aqui nasce, cresce, desenvolve-se e morre, é selvagem em natureza e pela natureza assim feito selvagem será.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015


Sem mais delongas, vamos direto ao que interessa, a lista dos escolhidos na Retrospectiva 2015 de Melhores Tweets:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sobre Mudar

A evolução é parte natural do processo existencial de toda criatura. É importante que estejamos sempre aprendendo. Adquirindo novas técnicas e habilidades para lidar com o mundo, que, assim como as coisas vivas que nele habitam, está em constante processo mutacional.

Sempre me perguntei se as pessoas mudavam ou não mudavam. Essa é uma questão que há anos permeia meus questionamentos sobre o universo. Afinal, partia dessa mesma premissa: se o mundo muda, porque havemos de ser seres estáticos, ininfluenciáveis, constantes e parcimoniosos. Não somos assim, somos maleáveis, inconstantes, vulcânicos.

Na verdade, fazemos as duas coisas: mudamos e não mudamos. Nos tornamos coisas novas e somos a mesma coisa. Atacamos a existência em duas frentes. E não poderia ser diferente, criaturas tridimensionais devem naturalmente ver o mundo em diferentes âmbitos espaciais, bilateralmente, frente e verso, claro e escuro.

Isso acontece porque trocamos de pele, como alguns répteis, mas mantemos a mesma consistência física. Mudamos o tempo todo nas pequenas coisas, nos ideais, nas opiniões, nos questionamentos que fazemos, nos aprendizados, quando deveríamos nos tornar pessoas melhores. Mudamos no dia a dia, no atravessar de rua mais cauteloso após um atropelamento, no preconceito abandonado após um conhecimento do assunto, na postura emocional mais madura após uma situação complicada vivida.

Mas em essência, no fundo no fundo, em quem somos e nunca deixamos de ser, nisso somos os mesmos. É isso que nos faz. Somos como uma pedra, um bonito mármore, que depois de moldado se torna uma elegante escultura. Ele continua sendo pedra, em sua essência ele ainda é pedra, mas ficou ainda mais bela e agora é escultura. Mudou e não mudou. Se tornou uma coisa nova e ainda é a mesma coisa.

Mudar não é ruim, não mudar também não é. Somos mesmo essa ambiguidade existencial. Não somos definitivos, afinal, nada o é. Somos répteis e somos pedras, aprendendo com o mundo conforme ele vai se modificando. E isso tudo é essencial, é a nossa essência.