Poucas coisas por essas terras parecem render maior status social e proveitos econômicos do que um cargo eletivo em órgão da administração pública. Talvez apenas o cargo de ex-BBB ou de apresentador(a) de programa de auditório, jogador de futebol talvez.
Mas a grande briga mesmo, o maior vestibular de nossos tempos, se concentra em tentar cooptar uma vaga no executivo ou no legislativo. Para isso, como em qualquer método seletivo, as pessoas fazem uso das armas que possuem. Alguns estudam, alguns colam.
No entanto, existe uma diferença crucial neste método seletivo: você é selecionado não pelas suas habilidades lógico-cognitivas, mas sim pela sua capacidade de convencimento. É como se no vestibular para a universidade você precisasse convencer o fiscal de prova que merece a vaga mais do que os concorrentes.
Eis que para se tornar vereador ou prefeito, deputado ou governador, senador da nação ou presidente (isso sem entrar ainda nos âmbitos eletivos das administrações menos amplas, os trampolins), a pessoa está disposta a abdicar da moral e da ética para conseguir o que almeja.
É assim que a carreira política é, em termos gerais, um imenso mercado de almas. As que não nasceram corrompidas, corrompem-se assim que decidem fazer parte da brincadeira. Claro, há várias delas que conseguem passar incólumes pelas eleições e pelos cargos que por ventura venham a ocupar, porém sequer se tratam da maioria.
Acontece que esse padrão comportamental é o oposto do que deveria ser. Líderes deveriam ser íntegros, figuras a serem admiradas. Então o cidadão comum, aquele que nunca pensou em se candidatar, se revolta e decide fazer parte do vestibular, porque ele sim é íntegro e pode vir a ser alguém a ser admirado. Ele tem a resposta!
E então ele vende também a sua alma pela carreira política.
Continua...