A Teoria do Universo Inflacionário seria uma ótima pedida se estivéssemos levemente preocupados com a física quântica no momento em que os nossos universos descem às suas próprias ruínas. E enquanto cavalgamos em direção à essa auto-proclamada ruína, percebemos que estamos fazendo novamente tudo aquilo que já fizemos um dia.
O tempo teria um fim, mas não que ele acabasse, seria talvez o limite dele, o momento em que ele grita para os seus próprios labirintos: "Chega! Já deu, já basta!". E então ele voltaria atrás, por todo o trajeto recém concluído, da mesma forma como veio, rastejando, lurking por todos os caminhos, despretensiosos ou não, já feitos algum dia. Até aquilo que outrora havia sido o seu começo, para então iniciar novamente o mesmo ciclo.
Sem diferença nenhuma seriam trilhadas essas estradas. Os mesmos paralelepípedos, o mesmo calçamento de petit-pavé empoeirado, as mesmas faixadas de prédios antigos que brilham sem ter luz, os mesmos bêbados mal-agasalhados. E então seriam repetidos os mesmo erros, do mesmo formato e tamanho, na mesma proporção. Pois que quem erra uma vez, erra sempre.
Trilhamos a rua e a noite, cavalgamos em direção à ruína num mundo sem aurora. E atingimos ela antes daquele coalho de berinjela. Fumaça, névoa, gases e neblina compunham o ambiente. Hora de retomar antigas antíteses, falar do que nos convém. A rua continua aqui, tanto tempo depois, da mesma forma. Oras, pois se essas personagens continuam elas também as mesmas. O tempo não muda nada no fim das contas.
Aqueles rostos conhecidos fustigavam a fumaça com suas almas, exalando temores contidos. Aqueles rostos que já planejaram ser personagens de fato, e, oras, pois serão, sim, serão personagens de suas próprias histórias, e daquelas que devemos, que temos a obrigação de contar. Não porque alguém disse que temos, mas algumas missões nunca precisaram ser passadas. Se bem que estamos mesmo acostumados a aceitar apenas aquilo que acreditamos que merecemos, seja assim tanto quanto se fala de amor.
Pois então que escrevamos pela metade. Oras, não se erra por inteiro mesmo. E nenhuma ruína é completa. A fumaça então como personagem, lurking entre as pessoas: lá estava ela açoitando a noite com sua alma, no meio da fumaça que pairava no ar rejeitando as ordens de "deixem o recinto", e vejam bem, logo vem a aurora. Mas esse deve ser o começo da próxima história.