terça-feira, 18 de outubro de 2016

Tóxico

Uma das maiores mentiras que nos fizeram acreditar é a máxima de que o mundo não gira em torno do seu umbigo. Bom, ele gira sim. Cada pessoa tem um mundo para si, translacionando bem aí em torno do seu umbiguinho.

Cada pessoa é um mundo, agregados de mundos formam sistemas solares, galáxias inteiras. Cabe a cada um desses mundos cuidar de si, prezar pela sua saúde interna e externa. Cabe a cada um de nós evitar o fim de seus mundos de todas as formas que lhe forem possíveis.

Vez ou outra, ocorrem choques de mundos. Encontros devastadores, pelo bem ou pelo mal, afinal uma devastação é também uma oportunidade de nascer de novo, de recomeçar. Esses choques resultam dos encontros, e deles resultam outros encontros, como se vivêssemos em uma colossal mesa de bilhar onde os mundos ricocheteiam nas paredes e uns nos outros eternamente.

São tantas as possibilidades. A rede de conexões é infindável. Mas um mundo sozinho é uma coisa bem triste. Assim como tristes são as estrelas do céu. Nessa metáfora reutilizada, cada um de nós tem também suas estrelas, seus mundos brilhantes. Aquelas que giram conosco em piruetas mais bonitas.

Nessa miríade de planetas, de mundos, a sensação de estar sozinho em translação é recorrente. Mesmo em órbitas compartilhadas, mesmo sendo binárias, até trinárias, as vezes estamos sozinhos. Mas cabe a cada um desses mundos cuidar de si, certo? Prezar por si, como mundo alheio algum poderia fazer.

A cada um de nós cabe aproximar mundos que te fazem sentir bem. Mundos positivos, mundos de carinho, de afabilidade. Afastar mundos tóxicos, poluídos, destruídos por anos de maus tratos por parte de seus habitantes. Por anos de translações errôneas. A cada um desses mundos, cabe escolher com quem compartilhar as suas órbitas.