segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Polacão dos Anéis

Três anéis pros polaco véio sob este céu 
Sete pros presidente de associação nos seus rochosos corredores 
Nove pros vereador fadados a morrer 
Um pro senhor prefeito em seu trono escuro 
Na terra de Araucária, onde as sombras deitam 


Heitor é descendente de um humano fraco, que teve a oportunidade de acabar com o mal de uma vez por todas, mas hesitou para obter controle sobre as terras da batata. Mas o anel tem vontade própria, e operários bêbados com sotaques ininteligíveis andavam nas ruas entre os puteiros, e assaltaram e acabaram com a vida desse ganancioso humano que governava as araucárias.
Assim, o anel ficou adormecido por muitos séculos, até que foi encontrado pela criatura Cristianomeágol-Gollum, que tomou posse dele temporariamente, até que o hobbit Zazá Bolseiro entrou em seu caminho. Zazá era conceituado em sua terra, e por muito tempo teve sua juventude guardada pelo anel. Que irônico! O anel de poder cair nas mãos de um simples e pacífico zazá.

A Terra das Batatas
Um dia, Zazá faz uma viagem e deixa o anel como herança para o jovem Cleverson, que sob a tutela do mago Pedro o Cinza, inicia uma jornada épica na companhia dos outros hobbits de Guajuvira: Jhonny, Everson e Sérgio.

Em seu periculoso caminho eles conhecem Heitor, que anda sob a alcunha de Passolento, mas na verdade é o rei sem trono das terras do sul. Ao chegar à Contenda, terra sagrada dos polaco véio, uma sociedade se forma, para destruir o anel.

Heitor, rei sem trono; o mago Pedro, o Cinza; Heitorzinho representante dos polacos de vida longa, habilidoso com seus olhos e de longas madeixas lisas; o bárbaro anão Alexandre, poderoso e forte com armas pesadas; o humano do reino do sul Nicolas, herdeiro dos regentes; e os quatro de Guajuvira, Cleverson Bolseiro; Jhonny Gamgi; Everson Tûk e Sérgio Brandebuque.

Mal sabiam eles que os nove poetas negros, sob a liderança daquele que já foi humano e se corrompeu, Erne chefe dos Nazgul, estavam em seu encalço a serviço de Rízio, antigo opressor que precisa recuperar o anel para voltar a oprimir toda a polacaiada. Enquanto isso, uma nova raça de pirralhos noiadinhos de 14 anos era criada nas masmorras do Tupy por Hissam o Branco, outrora chefe da ordem dos magos, que se uniu ao poderoso Rízio para reviver o poder do anel.

Após sofrerem perigos sem conta, os nove atravessam as minas da Petrobrás, antigos palácios dos anões, agora habitados por baianos. Quando os aventureiros estão próximos de escapar das minas, surge um último e poderoso inimigo, vindo das profundezas dos tempos, é o Balrog Dimar, e Pedro o Cinza cai nessa batalha.

Unindo forças e superando a perda, eles seguem seu caminho, até chegarem às terras da Rainha élfica Lelydriel, poderosa e temida com seus dreads. E ao saírem de lá a sociedade se desfaz para sempre, pois o guerreiro Nicolas não consegue se controlar e tenta tomar o anel de Cleverson, que resiste e foge rumo a Mordor, fortaleza de Rízio, tendo como única companhia o fiel escudeiro Jhonny. Os noiadinhos de Hissam sequestram os outros dois hobbits, e os bravos Heitor, Heitorzinho e Alexandre seguem em seu encalço. Nicolas cai nessa batalha, e agora jaz no rio Passaúna, junto de seus antepassados.

Assim, cada viajante segue seu rumo. No leste, Cleverson e Jhonny são seguidos, e posteriormente acompanhados, pela criatura Cristianomeágol-Gollum que ressurge. Nas colinas do Laranjeiras, terra dos Cavaleiros de Rohan, os três bravos encontram Geovani, sobrinho exilado do Rei Jester, líder dos Rohirrim, cavaleiro habilidoso. Os hobbits Everson e Sérgio acabam por ventura na Floresta de Fangorn, e lá conhecem os Ents Yuri, Tikum, Shiro, Bomber, Jean e Cézinha, essas criaturas são árvores que andam e falam, e sabem bem a hora de entrar numa guerra. Então, além de todas as esperanças, Pedro retorna dos mortos, dessa vez como Pedro o Branco, ele não é mais o andarilho esfarrapado, mas ainda não pode demonstrar todo seu poder.

Dessa forma, Hissam o Branco cai pelas forças de Rohan ao sul, e dos Ents ao norte. O inimigo sofre uma grande baixa, mas continua se reforçando no leste, Cleverson e Jhonny sofrem muitos perigos, mas conseguem escapar até mesmo da aranha Juliana, adentrando Mordor, e se aproximando do fim da jornada.

No oeste, as forças dos homens também estão em ação. Pedro segue para o reino de Gondor, levando consigo Everson, lá encontram um regente corrompido e fraco, Olizandro ainda está abalado pela morte de seu filho mais velho, mas ainda há um irmão vivo, Cristiano, irmão mais novo de Nicolas, baterista e guerreiro, encontra-se no campo de batalha. O outro hobbit, Sérgio, segue para Rohan, onde conhece a valorosa princesa Tia Kah, irmã do bravo Geovani e também sobrinha do rei Jester, que agora se recupera da malícia de Hiderson Wormtongue, e prepara seu povo para a guerra. Os outros três, Heitor, Heitorzinho e Alexandre, tomam o rumo das cavernas subterrâneas, onde pretendem reunir o exército dos reis mortos motoqueiros do QG, liderados pelo Robson.

Então chega o momento da grande batalha nos campos do Parque Cachoeira, aos portões de Gondor. Na torre da cidade, o regente Olizandro tenta atear fogo ao seu filho Cristiano ainda vivo, mas Everson acaba salvando sua vida, porém o regente perece. Na batalha o Rei Jester também cai, mas Tia Kah revela todo seu poder, tendo ido à guerra disfarçada, e sem que ninguém esperasse, com a ajuda do pequeno Sérgio, derrota Erne, o poderoso chefe dos Nazgul, que tem seu grito ouvido pela última vez em Araucária. Geovani também toma parte nessa batalha histórica, encontrando no meio do campo seu grande amigo Heitor, que chega com os reis mortos motoqueiros do QG para dar um fim à batalha.

A guerra no Parque Cachoeira
Em Mordor, Cleverson e Jhonny, acompanhados de Cristianomeágol-Gollum, estão cada vez mais perto de seu destino final, para destruir o anel de poder. Com o fim da batalha em Gondor, os exércitos dos homens, liderados por Heitor, marcham rumo ao Portão Negro. Os feridos ficam se recuperando na cidade, Sérgio, Tia Kah e Cristiano, esses últimos encontram algo a mais em meio a tanta tristeza na guerra.

Enfim, o anel é atirado ao fogo da montanha, Cristianomeágol-Gollum confirma que ainda tomaria parte na história e perece junto ao anel de poder, Rízio, inimigo dos povos, é finalmente derrotado, os exércitos do oeste são vitoriosos, a era dos homens começa.

Heitor volta para Gondor pra recuperar seu trono, passado a ele por Cristiano, último regente, irmão de Nicolas e herdeiro de Olizandro, do norte vem uma última surpresa, a princesa élfica Michelinha, que abdicou da vida eterna de seu povo para poder se casar com Heitor, ela deixa de ser a princesa dos elfos para se tornar a rainha dos homens. Os quatro hobbits se reencontram, e voltam à terra de Guajuvira no norte. Porém a reunião dura pouco tempo, já que juntamente com Lelydriel e os últimos elfos, e Zazá Bolseiro que agora sente a idade, Pedro o Branco e Cleverson Bolseiro passam para o oeste sagrado, guiados pelo barqueiro Mário.

Araucária está livre de seus últimos opressores, Rízio não vive mais, Hissam o Branco pereceu juntamente com Hiderson Wormtongue. A floresta dos Ents, governada por Yuri, não mais sofre com os machados dos noiadinhos. Os Nazgul liderados por Erne já não aterrorizam, Cristianomeágol-Gollum cumpriu seu papel. Os povos novamente são livres, em Rohan, Geovani governa, e tem sua irmã Tia Kah e seu cunhado Cristiano ao seu lado. Heitor é rei dos reinos dos homens e tem sua rainha Michelinha. O rio dos tempos continua, inalterado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Carta aberta ao pai do Mário:

UMA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DO LENHADOR NESSE HUMILDE BLOGO:


Seu Mário, muito conhecido como “vizinho” pelo pessoal do bairro, devido à sua loja. Tanto que a loja se chama 1,99 do vizinho.

Foi vendedor de trator pros polaco da colônia, foi taxista (dirige muito bem), foi engraxate de sapato na  praça do Capão Raso. Com o sustento de vendas de trator e de seu 1,99, formou uma filha engenheira e um filho médico. Sempre acorda as 7 para abrir a loja, não importa se o churrasco da noite anterior acabou as 5.

Atleticano roxo, nunca deixa de acompanhar seu time. É sócio e leva a família toda para ver o jogo sempre. Cunhado do Orivaldo, são dois companheiros fiéis do time. Antigamente, levava menininhas no jogo, e até deu bolo em outras pra poder ver o jogo.

Exigente, nunca engole ser mal atendido. Não paga os dez porcento se esquecerem de trazer a Coca que ele pediu. Não tem paciência de montar a marmita, o estabelecimento que monte pra ele! As vezes gosta de ouvir jazz enquanto toma seu chopp, nas noites de sexta de um certo bar. Os fornecedores de 1,99 nunca cobram as folhas de presente que ele leva, e também nunca precisam se incomodar com dívidas.

Figura conhecida também no Binhara, boteco de tradição do fazenda velha. Lá ele joga sinuca, participa de campeonatos e leva leitão pra casa. Tem uma boa reputação, nunca deu calote, sempre paga suas dívidas. Consegue uma caixa de Antarctica Original geladinha a meia-noite, entregue a domicílio. Nunca falta cerveja na casa do Mário, pode até faltar pão ou água, mas cerveja não!

Possui atividades políticas na cidade, já ajudou a eleger muitos vereadores, e continua ajudando. Não dá moral pra marajá traidor, e promove encontros de discussão política em sua churrasqueira.

Vive jogando cacheta em casa com os amigos, também poker com os mais chegados. Truco então, chega a subir na mesa pra dar facão. Sua churrasqueira é muito divertida e apreciada por todos, pois lá são sempre 8 horas. O Wellington Patricão, o Bilau, o Tom e o Aroldo sempre querem estar lá para comemorar. Seu filho também sempre está com ele, bebendo com o pai e os amigos, todos juntos, todos da mesma idade. Ele não fica bêbado com menos de 10 litros de cerveja, e também não bebe menos que 5 chopes quando sai de casa. E, a cada chopp que você bebe, ele bebe dois!

Tudo isso de festa porque na verdade o seu Mário é um grande anfitrião. Gosta de festas na sua casa, convida a todos e trata todos bem, até aqueles que entraram de gaiato. Ninguém pode ficar sem uma carne, e ele guarda os últimos bifes pros atrasados. Sua mulher sempre faz aquela saladinha gostosa, e nunca deixa de estar ao lado dele pra nos receber muito bem. Nos jantares de formatura de seus filhos, ele nem comia, só para receber e cuidar de seus convidados.

Mas o mais incrível é como o seu Mário é presente na família. Todo domingo visita seus pais no Capão Raso. Sempre dá carona pros seus filhos, pra cima e pra baixo, mesmo sendo apenas por aquela preguiça de pegar o ônibus pra ir pra faculdade. Passeia com seus cachorros todos os dias. Leva os filhos pro concurso público lá nos cafundós de judas, leva a filha pra cidade do namorado corinthiano. Trata os amigos do seu filho Marinho como seus amigos, e alguns até como filhos. Paga a pizza, a cerveja e leva em restaurante, e se ofende se for o contrário!

Vai a igreja todos os sábados, e ajuda a comunidade a sua volta. Acompanha projetos de futuros políticos de bairro, e apoia os trabalhos comunitários. Ajuda diversos parentes, e faz questão que sempre estejam ao seu lado. Nada ofende mais o seu Mário que um amigo ou parente que debanda, que não vem visitar. Se você não visitar, ou quando visitar ficar pouco, ele vai te xingar.

Por Sérgio Lenhador

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desastres

Numa das brincadeiras favoritas da minha infância, eu, minha irmã, e vizinhos, fingíamos sermos sobreviventes de um desastre aéreo, acordávamos perdidos em alguma selva cercados dos destroços do acidente, e precisávamos nos virar para voltar à civilização. Como cenário, juntávamos muito lixo em volta de nós, que representavam os destroços da queda. Sempre fui adepto ao caos.

Hoje, construo e destruo na mesma proporção. O que eu crio também é caos, tentando organizar o inorganizável. Mas somos todos sobreviventes de todos os desastres, viver é uma sucessão de contínuos sobreviveres.

Eventos como esses são memoráveis, praticamente épicos, convites inesperados e orgulhantes. Continuo criando neologismos pra definir o indefinível. E como são alucinantes essas viagens. Pois que tudo o que não é esperado tem a vantagem de ser surpreendente, e ser surpreendente é sempre bom, mesmo que não seja.

A gente busca criatividade, a gente busca selvageria, a gente busca o diferente, e acha em tudo um tudo igual, mas cada vez que algo é diferente e surpreendente e indefinível, faz com que boa parte do não valha a pena e seja um sim. Por isso mesmo, a gente continua buscando.

No fim, todas as coisas que fazemos são juntar destroços à nossa volta, e tentar sobreviver a um desastre. Festas são um desastre. Eventos são desastres. Organizar o inorganizável é criar desastres. E sobreviver por si só é o maior dos desastres.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sol

O sol batia ponto naquela fresta todos os dias, era inverno e o solstício já ia longe, cada dia um centímetro mais longe. Então um dia o sol parou de entrar, maldita seja toda forma de translação, se o seu sol não puder estar sempre no mesmo lugar, mas tudo isso é mera perspectiva.

A verdade é que o sol é arrogante, ele não se importa com quem será atingido por sua candura, simplesmente continua lá ouvindo a alcunha de astro-rei e sentindo-se o centro da galáxia, calma lá, você não é o centro nem do próprio universo.

Porém, vez ou outra há de surgir uma nuvem, pois que o objetivo delas é nada mais que chamar a atenção para si próprias, oras, sem cobrir o brilho do sol você no máximo lembra o formato de alguma coisa familiar, talvez há muito perdida.

E nos dias de chuva então? É importante ressaltar que chuva e sol às vezes surgem em parceria, e vá entender, essas vezes são as melhores. Pois o sol é também marasmo, queimar de longe é tão fácil, mas brilho demais acaba cegando.

Acabamos procurando por chuva, revirando as nuvens. É assim que as coisas são, nada de muito tempo esperando a coisa acontecer, a motivação é exatamente isso, procurar o que ainda não temos. Mas há que se fazer um comeback, pois se pôr e não nascer é covardia.

Mas ainda assim, deve haver alguma motivação pra continuar girando, e raiando e se pondo todo dia, apesar de nem precisar se mexer muito pra isso, lembre-se: o amor é mera perspectiva. As agruras da tempestade talvez nos motivem mais do que a própria bonança.



Como bônus, segue trecho de uma poesia que é trecho de um conto meu:

Pois nossas órbitas se encontrariam
Nossos corpos queimariam hélio
Seríamos supernova