quarta-feira, 6 de julho de 2011

Alucinações Verborrágicas

Eu escrevo. Escrevo muitas coisas: poesias, contos, ensaios, reportagens, etc. E costumo chamar as coisas que escrevo de alucinações verborrágicas, por isso o nome do blog. Não tenho ilusões de escrever bem, de ser um escritor, ou qualquer coisa parecida. Sei que o que eu escrevo é ruim, e não tenho mesmo pretensão que seja bom, gosto desse estilo.

Não sou muito versado em literatura, mas creio pelo menos que eu tenho um estilo próprio na que eu faço, um estilo ruim, mas que faz questão de ser ruim. Minimalismo, adoro minimalismo, odeio ter que explicar as coisas, e não gosto de dar nomes, tempo ou espaço pras histórias. Também acredito que detalhes demais atrapalham uma boa história.

Acontece que vez por outra alguém me pergunta "por que você não escreve um livro?". Acho que o primeiro motivo é que não tenho paciência, odeio projetos incabados, e não acho que eu escreveria um livro em menos de 5 anos. E depois dos primeiros 4 ou 5 meses eu ia querer terminar logo e me livrar da aflição de uma vez, o que prejudicaria muito a qualidade do projeto.

Segundo motivo é que me pergunto por que diabos de motivos deveria eu escrever um livro? Já não basta todo o lixo pretensamente literário que entope nossas bibliotecas? 90% do que se escreve no mundo não serve pra absolutamente porcaria nenhuma. É apenas uma forma de reafirmar nossa suposta superioridade intelectual em relação aos outros animais através da escrita. É tudo lixo! A maioria dos empreendimentos editoriais tem como objetivo apenas inflar o ego do autor, aquela máxima demagoga que todo homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.

É claro que quero deixar algo pra posteridade, querendo ou não um livro é uma forma de continuar vivo depois de morto, e sobreviver aos séculos. Me preocupo muito com isso de passar por essa vida e não deixar obra nenhuma, nada de que as pessoas poderão falar "ele fez isso". Porém, não quero que seja qualquer coisa, precisa ter qualidade, precisa ser obra-prima. Não um artigo editorial egocêntrico inútil.

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