segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobre Voltar

(ou There and Back Again)

Decisão nenhuma é pequena. Uma pequena pedra, atirada nas águas tranquilas de um lago, forma círculos concêntricos que se dispersam continuamente, e podem, dadas as devidas condições, eventualmente tornarem-se tsunamis. Dessa forma, como dito outrora, cada pequena decisão que tomamos em vida ecoa na eternidade.

Acho que, na real, as pessoas nunca voltam completamente quando se vão uma vez. Se voltam, não são mais as mesmas, pois a cada minuto, não são as pessoas mais as mesmas que eram e foram nos minutos anteriores. As coisas mudam, de fato mudam, deveras mudam. Assim são também as pessoas. Dispersar, desaparecer, reaparecer, voltar. Voltar e não ser igual. Voltar e por onde anda.

O que eu sei sobre o passado me diz mais sobre o futuro do que o que o futuro sabe do futuro. Lhes permito que joguem as cartas. O passado sabe do sagrado e do profano porque os viu acontecer. Nem o futuro sabe do futuro. Como você está se sentindo? As pessoas perdem a todo momento as oportunidades de ter e de ser muita coisa grande, perdem a glória por simples medo de arriscar perder o que é medíocre.

Então é assim que as coisas voltam. As pessoas voltam, e elas decidem voltar, não é o futuro que decide por elas. Acredita-se em destino. Dizem por aí que ele de fato existe, que há comprovação científica. Aquela história de prever os movimentos das partículas e saber onde elas estarão. Somos todos partículas gigantes. Totalículas.

Mas voltando, é aqui que elas estão. Sendo as mesmas ou não. Cada pequena decisão que tomamos em vida ecoa na eternidade. Como você está se sentindo? Dizem-me as cartas que está tudo bem. Oras, basta olhar em volta para ver que está tudo bem, porque afinal as pessoas voltam.

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