quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Prólogo

A Lua. Essa criatura onisciente. Espectadora pacífica de tudo o que acontece nesse pequeno planeta azul. Com seu distanciamento que a permite visualizar vastas extensões de terras e mares, repletas de coisas vivas e não-vivas.

A Lua. Criatura de face exposta. Apenas uma sempre, é verdade, a outra eternamente escondida de nossos olhos curiosos e imaginativos. Um lado escuro, o outro iluminado.

A Lua. Iluminada e iluminando. Com seu brilho dividido. Parcelado. Em fases. Algumas mais iluminadas, outras menos. Nova, crescente, cheia, minguante. E então novamente o mesmo ciclo, as mesmas fases, o mesmo percurso no céu. O mesmo brilho.

O brilho. Qual brilho é natural? Qual brilho é original? A luz só existe porque existem os olhos para enxergar. Uma superfície que não produz luz reflete luz. A superfície absorve luz e reflete uma parte. A superfície da Lua reflete luz.

A luz. Quem produz sua própria luz brilha mais. Fontes de luz que ofuscam brilhos menores. Que cegam, que maltratam os olhos. São grandezas relativas. A Lua reflete mais luz do que produz.

A Lua. Mero reflexo de fontes de luz mais intensas. Daquelas que cegam. Um brilho parcial, reduzido. Refletido. Ainda assim, luz. Brilho. Ainda assim, ilumina e é iluminada. Ainda assim, Lua.

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