segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sobre a Ponte

Algumas pessoas devem seguir pelas vidas inteiras que recebem sem pensar sequer uma vez em suicídio. Para outras talvez esse pensamento as acompanhe diariamente, sem faltas e falhas.

Todo sujeito deve ter aquele momento de desespero, quando reprova de ano, quando perde um membro da família, ou quando termina um casamento. No entanto, algumas pessoas vivem no desespero, sem saber de onde tirar as forças pra puxar o ar mais uma vez, sem saber a que se agarrar. E até vivem épocas boas, onde tudo parece se encaixar, em que o pensamento passa um pouco despercebido, como uma música baixinha de fundo.

Pessoas que vivem no limite, sem saber quando vai chegar a hora em que deverão tomar a decisão definitiva. E essa decisão não é uma demonstração de fraqueza, é exatamente o oposto, é necessário muita força para conseguir ultrapassar a barreira final e acabar com o que um dia começaram por elas.

O mais intrigante de tudo é exatamente a dúvida, não saber quando esse passo será tomado, ou quando ele irá acontecer naturalmente. Sim, pois por mais jovem que seja a pessoa que morre, toda criatura nasce tendo como única perspectiva o fato de que irá morrer, portanto, toda morte é natural. Fato é que o não saber quando será o momento é extremamente angustiante.
Cena do documentário A Ponte

Acredito que às pessoas devesse ser dada a opção de escolher o momento em que findarão suas vidas, pois a maior injustiça da vida é não saber quando ela acaba, e não poder despedir-se triunfalmente e da maneira mais adequada conforme a vontade interior de cada um.

Assisti ao documentário A Ponte, sobre um dos locais mais procurados para atos de suicídio no mundo, a Ponte Golden Gate, em São Francisco; e me identifiquei em cada uma daquelas pessoas, e em cada um daqueles familiares, como se todas as histórias fossem nossas.

E sei que todos eles tinham razão em seus objetivos concretizados, pois fizeram o que lhes cabia, foram fortes, e ultrapassaram os limites.


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