segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Captain of my Soul

De tempos em tempos em nossas vidas, de maneira totalmente imperceptível, tudo desanda. É um momento no qual perdemos o controle de tudo. Eventualmente, recuperamos o controle, as rédeas, o captain of my soul de cada um. Mas durante um tempo variável, em sucessão de instabilidades, estamos perdidos.

O que acontece é que, de vez em quando, uma coisa se rompe dentro de nós. Como uma corda que se parte ao levantar uma carga pesada demais, causando um grave acidente, possivelmente aleijando um operário azarado demais por se encontrar exatamente no caminho da carga que a corda não conseguiu aguentar. Pode ser o mais maciço cabo de aço, pode ser um pequeno e frágil barbante trançado, todo suporte tem seu limite de carga.

Há pessoas que vão caminhando pela vida como bolas de sinuca em uma tacada forte e sem rumo. Rolam pelo pano verde batendo nas paredes de madeira almofadadas. Seguem caminhos pré-determinados por forças alheias a elas, sem ímpeto ou vontade suficiente para direcionar o próprio destino. Andam pelas ruas carregando suas vidas em uma sacola de mercado, sem nunca saber o que está acontecendo por aí.

Sempre achamos que podemos mudar o mundo. Mas esquecemos que somos o mundo de nosso mundo. Está aí outra mentira que lhes contaram: giramos sim em torno de nossos umbigos. Não se trata de egoísmo, se trata de auto-preservação. Você primeiro.

Mas aí tudo desanda. Sentimos vontade de não saber nada. De que a bola branca nos empurre logo para a caçapa mais próxima. A carga se espalha pelo chão e precisamos nos abaixar, parar tudo o que estamos fazendo, e juntar os destroços da queda. É temporário. Recuperamos o controle.

"Aguente firme, querida, é um mundo muito louco".

Nenhum comentário:

Postar um comentário