terça-feira, 20 de novembro de 2012

Água

Água deve ser a substância mais adaptável que existe. E também a mais intrigante, bizarra, estranha, e estimulante que o universo já nos proporcionou. Uma simples ligação molecular como qualquer outra coisa existente, porém com tantas diferenças práticas.

Sou um peixe, apesar da astrologia não me ser das "ciências" mais queridas. No entanto, um peixe que não sabe nadar. O oceano exige respeito, Poseidon e Ülmo não são dos deuses mais generosos. Em pequenas quantidades a água é a própria vida, em copos, jarras, e até baldes e cisternas. Em grandes quantidades pode ser extremamente destruidora, em inundações, tempestades e tsunamis.

Rios, mares, oceanos, lagos, lagoas, córregos, lençóis, poças, e tantos outros, o líquido tomando a forma do sólido, entrando em cada vão e fresta inimaginável, se adaptando ao ambiente. Sólida, líquida ou gasosa, exercendo influência sobre o mundo em seus estados da matéria. Derretendo ou congelando, criando e matando.

A maior parte das águas têm em mim o mesmo efeito dos abismos, é tão atraente e ao mesmo tempo tão amedrontador. Não no sentido de causar pânico, mas o sincero respeito mesmo, não consigo olhar para o oceano sem pensar em Poseidon ou em Ülmo.

E acho mesmo que estar no mar é estar entre dois abismos, abaixo as profundezas com suas vidas em constante respiração branquial. Acima, o abismo dos céus, com seu azul enganador e suas vidas em constante pairar. Qual dos dois é o mais profundo, o mais atraente?

Me vi no futuro olhando o passado, foi o dejà vú mais sinistro desde sempre, tenho certeza que era água embaciando minha visão. Antes agora e depois, com água sempre, pela vida e pela morte, atraente e amedrontadora, com água sempre.

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