quarta-feira, 29 de junho de 2011

Jornalismo

Cheguei à conclusão de que eu sou o pior jornalista que conheço, por vários motivos.

Dia desses tinha um carro capotado no caminho do ônibus, e esse tipo de coisa nunca me desperta curiosidade, eu nunca giro o pescoço pra olhar, como as outras pessoas do ônibus. Isso nunca tinha sido problema pra mim, até eu parar pra pensar no lado jornalístico da coisa, e percebi que o factual não me interessa, dizem que é pré-requisito jornalista ser curioso, e eu não quero saber quantos morreram ou deixaram de morrer naquele acidente.

Outra coisa que me perturba são as reportagens sazonais, aquelas que acontecem dependendo da época do ano, e todo ano são iguais, agora que é inverno a grande pauta das emissoras de TV é o frio, e as reportagens são exatamente as mesmas que foram feitas em junho do ano passado, até mesmo as reportagens especiais são iguais. E isso vale para todas as datas comemorativas do ano.

Terceiro motivo é que sou contra todo e qualquer tipo de fórmula, e tudo o que se aprende é que tudo o fazemos tem que ser feito com fórmula; reclamam que falta inovação mas nos ensinam que não podemos inovar, praticamente não existe espaço para criatividade no jornalismo, apenas para fórmulas amarradas e mecânicas.

Eu não leio jornal impresso, não assisto televisão, e muito menos ouço rádio.
E como certas coisas nunca mudam, eu continuo não sabendo o que estou fazendo, e porque continuo fazendo.

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