Ouça o chamado da noite
Que te sobe pela alma em calafrio
Que conclama o que tem das tuas forças
E segura as tuas ondas em falso brio
Ouça esse pio melodioso
Esse rito de um alar em puro breu
Pela rua, pela areia, a pé nas águas
Volta cedo nesse mundo que perdeu
Ouça esse mar cheio de fúria
Que implora negociar auto-perdão
Esquecer que pelas noites já só chora
Não viver, nem pelo sim, nem pelo não
Ouça a areia estrepitar
Com passos que só trazem volta a nada
Esse peso inflamado nesse peito
E a janela permanecerá fechada
Ouça, que a noite logo esvai
Pra deixar a sós remoendo seu chamado
O que queira entrar, o que queira sair
O que fica do que foi lá escutado
Nenhum comentário:
Postar um comentário