domingo, 1 de abril de 2012

Busca

Procurei uma tal de felicidade, só tinha light. Não gosto de coisas light, light é menos do que poderia ser, não se pode ter algo completo e então diminuir, remover, para que se torne light.

Felicidade completa não tem na banca da esquina, não se encontra com facilidade. E mesmo que haja sorte, não se encontra o produto da forma que quer. Requer muito mais do que uma mera busca, é um eterna procura, vã.

Busca-se em becos e ruas sujas, sempre durante a noite, pois pelo dia o excesso de luz impede de conhecer a veracidade do que se vê. E engana-se, ahh com que frequência engana-se, quase nada é felicidade e quase tudo parece ser.

A procura passa por tantas bocas e tantos corpos, por tantas portas e até janelas, pula muros, está do lado de dentro e do lado de fora, e em casas de show vagabundas. Entre acordes sádicos, vandaliza e se insinua, cada par de olhos daqueles é a própria felicidade, facilidade, insana falsidade.

E todos procuram a mesma coisa, todos buscam com a mesma determinação, apesar dos esforços serem relativos todos querem, mesmo os que dizem que já possuem, pois que ninguém a possui, ela não pode ser segura. Nem mantida.

Nada é real, só pode ser de verdade aquilo que se conhece por completo, ninguém nunca se conhece por completo, ninguém é de verdade. Felicidade não é real, a procura é, e a que ela leva muitas vezes é mera sub-realidade, com seus exageros.

Enganação é tudo o que ela é, e o falso objetivo de alcança-la.

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