O isolamento e a aproximação que cada um necessita são variáveis. A distância. O toque. O beijo. O olhar.
São também variáveis no tempo. Constância é uma palavra inconstante. O tempo é relativo, mas disso todo mundo já falou. O tempo-espaço como conceito absoluto é uma coisa alternativa. Falemos de altura, largura e comprimento, o espaço como sempre foi, antes da física quântica.
O espaço entre dois corpos só pode ser alterado pela quebra da lei da inércia. É o que chamamos de atitude. Atitude é uma violação às leis da física. Assim, o universo parece cada vez mais contraditório.
Um dia desses, quase amanheci em queda livre. Parei para ouvir as aves que cantavam em meu peito. Pássaros de pedra em nosso mundo de luz e concreto armado. Se o chão é artificial, acho que deveríamos permanecer no céu. E voar e voar e voar.
Quantos metros? Quilômetros? O espaço é relativo. Um salto de fé é também um mergulho no abismo. Olho de cima do palco, e os poucos centímetros que me afastam do chão são também anos-luz.
Ninguém entende porque esse homem grita. Talvez haja espaço demais dentro dele. Mas é assim mesmo que as coisas são, a distância entre nós é variável. O tudo de alguns é um tanto de nada. Nada para outros já é muito. Longe... Perto... Não faz diferença.
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