Vivemos tempos hiperbólicos, pós-modernos, estrambólicos, hipermodernos, neologistas. Nos condicionamos a pensar estrategicamente em aceleração, pensando em diversas plataformas de tempo-espaço de uma só vez. Escrevemos por aí nossas opiniões, vontades, desejos; em telas piscantes, iluminadas por pequenos pixels em constante mutação para a formação de letras digitais e, não menos, fictícias.
Por isso mesmo, escrevemos menos de forma física, caneta no papel. A expressão caligráfica de nossas opiniões, vontades e desejos. Demora mais, a compreensão é dificultosa. Mas foi assim que de fato aprendemos, para depois apenas mudar de plataforma.
Então pode parecer retrógrado, pode parecer arcaico, mas pode parecer também belo e singelo, mas lá se vão dezessete cartões-postais. Número não cuidadosamente escolhido, pelo contrário, extremamente arbitrário, apenas a junção de um mais um mais um ao total de dezessete. Oras, o número que leva meu gato à minha perna, e vez por outra perguntam o porquê, e é apenas um número bonito.
Dezessete cartões postais, nas próximas semanas sendo entregues. Temática nenhuma, apenas temática cartão-postal. Cartões-postais que levam em sua face estampada uma imagem histórica da Cidade Símbolo, e levam em sua face oposta uma poesia pequena, três ou quatro versos. Nenhum tendo relação concreta alguma com os outros: poesia, imagem ou destinatário; apenas a junção desses fatores postos também arbitrariamente.
Enfim, posto o pressuposto, dezessete cartões-postais, escritos à caneta em expressão caligráfica, para dezessete destinatários, contendo dezessete imagens e dezessete poesias. E que serão entregues nas próximas semanas.
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