O sol batia ponto naquela fresta todos os dias, era inverno e o solstício já ia longe, cada dia um centímetro mais longe. Então um dia o sol parou de entrar, maldita seja toda forma de translação, se o seu sol não puder estar sempre no mesmo lugar, mas tudo isso é mera perspectiva.
A verdade é que o sol é arrogante, ele não se importa com quem será atingido por sua candura, simplesmente continua lá ouvindo a alcunha de astro-rei e sentindo-se o centro da galáxia, calma lá, você não é o centro nem do próprio universo.
Porém, vez ou outra há de surgir uma nuvem, pois que o objetivo delas é nada mais que chamar a atenção para si próprias, oras, sem cobrir o brilho do sol você no máximo lembra o formato de alguma coisa familiar, talvez há muito perdida.
E nos dias de chuva então? É importante ressaltar que chuva e sol às vezes surgem em parceria, e vá entender, essas vezes são as melhores. Pois o sol é também marasmo, queimar de longe é tão fácil, mas brilho demais acaba cegando.
Acabamos procurando por chuva, revirando as nuvens. É assim que as coisas são, nada de muito tempo esperando a coisa acontecer, a motivação é exatamente isso, procurar o que ainda não temos. Mas há que se fazer um comeback, pois se pôr e não nascer é covardia.
Mas ainda assim, deve haver alguma motivação pra continuar girando, e raiando e se pondo todo dia, apesar de nem precisar se mexer muito pra isso, lembre-se: o amor é mera perspectiva. As agruras da tempestade talvez nos motivem mais do que a própria bonança.
Como bônus, segue trecho de uma poesia que é trecho de um conto meu:
Pois nossas órbitas se encontrariam
Nossos corpos queimariam hélio
Seríamos supernova
Nenhum comentário:
Postar um comentário