quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Stardust

É como eu estava te dizendo agora mesmo: nossa história começou há uns mil anos, quem sabe antes. Talvez tenhamos desbravado as planícies da Bretanha juntos, ou construído pirâmides, derrubado impérios, quem sabe você tenha sido a Cleópatra desse César aqui. Os detalhes das histórias não importam muito, o que importa é que elas aconteceram, e a nossa história começou há muito tempo.

Todas as histórias começaram há incontáveis anos. Você certamente já ouviu dizer que somos feitos de materiais que se originaram no núcleo das primeiras estrelas, alguns segundos depois do big bang. Pois bem, isso é verdade, cada partícula do seu corpo perene já esteve rodando pelas galáxias, já foi matéria, já foi componente químico de minerais flamejantes, já foi composto orgânico de outras vidas. Tudo já foi outras coisas, e certamente será ainda muitas outras.

As histórias são todas iguais, as pessoas são feitas dos mesmos materiais. Sorriem e choram aqui e acolá em expressões semelhantes. Existe sempre a parte boa e a parte ruim. Mas é absolutamente incompreensível o porquê de alguém abandonar a possibilidade das coisas boas, apenas em virtude da existência das ruins. É como se esconder dentro de casa em um lindo dia de tempo aberto, céu limpo e ares refrescantes, apenas porque um dia pode ser que venha uma tempestade. Medo de sentir medo é medo também.

E as histórias vão se repetindo. Quero saber quanto de mim já foi dinossauro. Será que os megalodons sorriam e choravam? Será que os brachiosaurus derrubavam impérios? Será que os compsognathus construíam pirâmides? Alguém aí já originou uma estrela? Será que as estrelas sentem medo de ser supernova? Geramos estrelas todos os dias, certamente estrelas são grandezas relativas. Espero que algum dia toda essa matéria que hoje é eu, é nós, volte a rodar as galáxias por aí, e que, quem sabe, desbravemos juntos uma vez mais as planícies da Bretanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário