Água deve ser a substância mais adaptável que existe. E também a mais intrigante, bizarra, estranha, e estimulante que o universo já nos proporcionou. Uma simples ligação molecular como qualquer outra coisa existente, porém com tantas diferenças práticas.

Rios, mares, oceanos, lagos, lagoas, córregos, lençóis, poças, e tantos outros, o líquido tomando a forma do sólido, entrando em cada vão e fresta inimaginável, se adaptando ao ambiente. Sólida, líquida ou gasosa, exercendo influência sobre o mundo em seus estados da matéria. Derretendo ou congelando, criando e matando.
A maior parte das águas têm em mim o mesmo efeito dos abismos, é tão atraente e ao mesmo tempo tão amedrontador. Não no sentido de causar pânico, mas o sincero respeito mesmo, não consigo olhar para o oceano sem pensar em Poseidon ou em Ülmo.
E acho mesmo que estar no mar é estar entre dois abismos, abaixo as profundezas com suas vidas em constante respiração branquial. Acima, o abismo dos céus, com seu azul enganador e suas vidas em constante pairar. Qual dos dois é o mais profundo, o mais atraente?
Me vi no futuro olhando o passado, foi o dejà vú mais sinistro desde sempre, tenho certeza que era água embaciando minha visão. Antes agora e depois, com água sempre, pela vida e pela morte, atraente e amedrontadora, com água sempre.
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